Nossa História
1. O COMEÇO DE TUDO:

Era final dos anos 70. Alguns maçons, entre os quais, o Irmão Carlos Roberto Faria, um dos primeiros moradores deste Bairro e então membro da Loja Domingos Martins, perceberam a oportunidade da implantação de uma Loja Maçônica no Bairro de Jardim da Penha, tendo como premissas a grande extensão demográfica e territorial, a potencialidade e natural crescimento do bairro, alem da presença de irmãos de outras Lojas já residentes na região, bem como o agravamento de trânsito experimentado na Grande Vitória.

Naquela época, havia poucas ruas abertas e pavimentadas e um único acesso para Jardim da Penha, em frente a UFES, a partir da Av. Fernando Ferrari, pela R. Comissário Octávio Queiroz e não haviam ainda sido construídas pontes que ligam a Praia do Canto a Camburi ( só a Ponte da Passagem, que liga a Av. Nossa Senhora da Penha a Av. Fernando Ferrari).

Próximos aos armazéns do IBC, aos sábados, começou a funcionar a tradicional feira livre, e lá se encontravam Irmãos de outras LLj.:, como Ir.: Gilson Heringer Cezar, funcionário da CST e então Venerável Mestre da ARLS “ACACIA VILAVELHENSE” e o Ir.: Francisco Luiz Pereira, Secretário da ARLS “ACACIA VILAVELHENSE” e outros, que naturalmente começaram discutir sobre a instalação de um Loja Maçônica no Bairro, bem como o dia e local para as reuniões. Pensou-se, a priori, alugar uma casa ou apartamento, mas o custo era muito elevado e poucos obreiros para o seu desembolso.
No afã de ajudar, o Presidente do Clube 106 – Sr. Boechat, amigo e vizinho do Ir.: Carlos Faria, então Secretário Municipal de Serviços Urbanos da Capital, foi procurado e cedeu uma área que servia de depósito no 1º andar do citado Clube Social para que ali fossem realizadas as primeiras reuniões da sonhada Loja Maçônica.

Porém, como não era possível a utilização das mesas e cadeiras do Salão Social do Clube, o Ir.: Carlos Roberto de Faria, então Secretário Municipal de Serviços Urbanos da PMV, conseguiu nos depósitos das escolas municipais, varias mesas e cadeiras e montou-se um “ambiente parecido com uma loja” para as reuniões de “forma organizada”.

E assim, foram convidados irmãos de outras lojas, como a “DOMINGOS MARTINS”, “ACACIA VILAVELHENSE”, “HUMILDADE E FRATERNIDADE e ‘AMERICO DE OLIVEIRA” entre outras, para comparecerem as reuniões, na busca do objetivo final que era a implantação da Loja Maçônica no Bairro.
2. A PRIMEIRA DIRETORIA E ENDEREÇOS PROVISÓRIOS

Após reuniões sistemáticas no clube 106, foi enfim escolhido o nome da Loja e o Rito - REAA - para a sua fundação e funcionamento. Certamente, aquele clube, não era o local ideal para a continuidade dos trabalhos maçônicos, pois, entre outras limitações, o 1º andar do Clube 106 por não possuir laje, poderia fazer ecoar aos moradores da circunvizinha a ritualística típicas de uma Loja Maçônica, o que levou o grupo a buscar outro local para a continuidade dos trabalhos ritualísticos.

Em 30 de dezembro de l980, foi formada a diretoria (provisória) da Loja, assim constituída: Venerável - Carlos Roberto de Faria, 1º Vigilante-Americo Pereira da Rocha, 2º Vigilante - Douglas José Gozzoli, Orador-Raimundo Teixeira Galvão, Secretário - Francisco Luiz Pereira, Chanceler - Chanceler-Gilson Heringer Cezar.

As sessões se sucediam semanalmente e foi definido o dia 28 de janeiro de 1981 para se oficializar a data da fundação da loja e eleger a primeira diretoria regular e definitiva que ficou assim constituída: Venerável – Ir.; Carlos Roberto de Faria, 1º Vigilante - Douglas Gozzoli, 2º Vigilante - Raimundo Teixeira Galvão, Orador - Ademar Bastos Pratti, Secretário - Francisco Luiz Pereira e Chanceler – Atílio Manzioli. Também faziam parte do quadro os seguintes irmãos: Armênio dos Santos Braga, Sebastião Germano Rabelo, Derli Araujo Prado, Bolívar da Costa Carvalho, Samuel Scardini Filho, Almir Nunes Muniz, José Álvaro Dias, José da Silva, José Ribeiro da Silva Castro, Sinvaldo Paulo dos Santos e Gilson Heringer Cezar.

Na época, o Venerável exercia cargo de chefia na Procuradoria do Município de Vitória e conseguiu com Prefeito de então (Carlos Lindenberg Von Schilgen), autorização para a construção com ocupação de área, embaixo da Escola “ALVARO DE CASTRO MATTOS” situada na Av. Eugenilio Ramos, em Jardim da Penha, com acesso independentes do portão da escola, água e luz. Interessante que essa área era “abandonada” e “inservível”, face o pé direito ser baixo e o lençol freático ser bastante elevado na região, tomando por base as ruas vizinhas.

Em face disso, foi retirado a areia, buscando-se a altura do pé direito necessário, fazendo-se uma “caixa d’água invertida” (ficando na parte externa do salão, com impermeabilização do piso da loja para não permitir a penetração de água). Todo o material utilizado na construção da loja foi doado por IIrs.: de outras lojas. Por razões óbvias, até hoje, os irmãos com mais tempo de loja, carinhosamente tratam o local como o famoso “mofinho”!

Varias betoneiras de “concreto gordo-forte” foram doadas pelo Ir.: Pedro Oswaldo de Oliveira Sá (PO) da Loja “DOMINGOS MARTINS”, os tijolos foram doados pelo Ir.: Jose da Silva, da Loja “HUMILDADE E FRATERNIDADE”, o rebaixamento e decoração de gesso doado pelo Ir.: Maximo Elias Aoni, membro da “UNIÃO E PROGRESSO”, as cadeiras do interior do templo foram cedidas por um irmão comerciante de moveis na Serra, da “ACACIA VILAVELHENSE”, os copos e pratos para banquetes foram doados pelo “amigo pessoal” do Ir.: Carlos Faria , Sr. Jair Miranda, que era o dono da Casa Rubim.

Por sua vez, os IIrs.: José Ribeiro da Silva Castro e Sebastião Germano Rabello projetaram e executaram todas as instalações elétricas e hidráulicas da loja, sempre com ajuda do Ir.: Carlos Faria e o Ir.: Francisco Luis Pereira, este ultimo, muito se destacou na organização da Secretaria e expedientes administrativos da loja. Por sua vez, a decoração da loja com cetim e franjas douradas e suas almofadas bordadas, foram todas elaboradas pelas Sras. Nathalia Silva de Faria e Cléa Lamêgo de Faria, mãe e esposa de Carlos Faria.

Os irmãos que participaram da sessão de fundação, instalação e sagração da loja, na Rua Eugenilio Ramos, todos regulares e membros da obediência estadual estão listados em quadro comemorativo elaborado na época e citado acima.

As diretorias se sucederam e vários irmãos foram iniciados, filiados e regularizados e depois de passados aproximadamente 18 anos, em 1997, houve a transferência da loja para o seu atual endereço, em face de exigüidade do espaço publico em uso.

3. DA COMPRA DE UM TERRENO EM LOCAL PRIVILEGIADO:

Foi o senhor Jair Miranda, quem “vendeu” a preço simbólico para a loja, um terreno que possuía na via marginal ao canal que separa Praia do Canto de Jardim da Penha, próximo a sua casa, na saída em Jardim da Penha e ao lado da casa do Ir.: Carameu de Barros da ARLS “HUMILDADE E FRATERNIDADE”.

Este foi o primeiro investimento efetivo da Loja em busca de seu endereço definitivo, e na época, possuía reserva econômica capaz de pagar o valor ofertado pelo vendedor, passando assim a ser a proprietária da citada área, já devidamente regularizada junto ao SPU (área de Marinha-Patrimônio da União).

Porém, o Prefeito Municipal de Vitória, de então, Vitor Buaiz, anunciava na imprensa projeto de edificar uma nova ponte ligando a Av. Rio Branco da Praia do Canto, no bairro de Jardim da Penha(Ponte Ayrton Sena), sobre o canal da passagem, coincidindo com o local da área adquirida pela Loja. Embora orientado por sua assessoria da situação especial que envolvia o terreno de uma loja maçônica, o prefeito não procedeu a qualquer entendimento com a administração desta Loja para a necessária desapropriação da área.

4.NEGOCIAÇÃO POLITICA COMO ALTERNATIVA DE SOLUÇÃO

Os tempos se passaram e uma solução amigável relativa as conseqüências da processo de desapropriação com a PMV se fazia necessária e, assim, buscou-se a estratégia de aproximação ao então candidato a PMV - Paulo Hartung, filho do falecido Ir.: Paulo Gomes, do Or.: de Cachoeiro de Itapemirim. No entanto, ao ser eleito e procurado pela Administração da Loja, aquele Prefeito afirmou não possuir nenhum terreno para dar em troca ao desapropriado e usado para a obra da ponte Ayrton Sena, sugerindo que a Loja medisse e quantificasse o valor do terreno desapropriado pela Municipalidade, para suportar valor de uma futuro ressarcimento na compra de outro no bairro.

Na época, era obreiro filiado de nossa loja, o Ir.: Edson Giostre, que estando de partida para a cidade de Porto Seguro, na Bahia, resolveu oferecer para o Venerável de então, Ir.: Jose Antonio Fiorot, uma área de sua propriedade, na Rua Tereza Zanoni Caser- 175 (onde finalmente foi construída a loja). Foi um investimento muito arrojado para a realidade da época, mas graças a insistente e reiterada participação dos irmãos,conseguiu ser coberta em parte com o fundo de reserva da loja, somado ao valor da negociação paga pela Prefeitura Municipal de Vitória, além de outras parcelas mensais, cobertas com sucessivos sorteios, eventos e contribuições mensais dos obreiros e departamento feminino da Loja, até sua quitação final.

Após posse deste novo terreno, o Venerável Ir.: Jose Antonio Fiorot, conseguiu a duras penas, materializar o sonho da construção de uma Loja Maçônica em padrões arquitetônicos mais ousados e modernos, fruto da dedicação da diretoria, todos os obreiros, em especial do inequívoco desprendimento, dinamismo e participação de uma comissão especial de obras e do sempre presente departamento feminino.

E na característica de cada administração que se sucedeu até os dias de hoje, vê-se novas obras de modernização e ampliações sendo realizadas nas instalações desta Loja, fruto do permanente compromisso e do continuo apoio de todos os irmãos que integram os nossos quadros.

Este é um singelo resgate da historia de nossa A.:R.:L.:S.:Estrela de Camburi – 2093 - Benfeitora Estadual Ordem - nesta comemoração dos seus 30 anos de existência. Cabe a cada um de nós, a obra maior de edificá-la e consolidá-la, não somente na sua estrutura física, mas no trabalho profícuo de manutenção e fortalecimento da união, fraternidade e respeito mutuo entre os obreiros e familiares, parcela e responsabilidade de todos nós.

Sem favor algum, estamos num dos mais belos, confortáveis, funcionais templos maçônicos do Grande Oriente do nosso Estado.
RELAÇÃO DE FUNDADORES: